Aí... Eh o 1° dia util do 5° Mês do 2016 Ano da Graça Celestial, não sei mais pra quem
e nem porquê... Uma cena de lascar me fez lembrar delas... Eu não tavah lá, mas elas estavam...
As mães da menina e, a menina das mães...
Eh o 1° dia útil do 5° Mês do 2016 º Ano da Graça Celestial, não sei mais pra quem
e nem porquê...
Enquanto eu atravessava o semáforo, bem aonde o mar de gente do Calçadão se pororoca
com oceano de pessoas da Avenida do Barão, uma cena de lascar me fez
lembrar delas.
Foi há cinco anos... Ou menos... Ou mais... Eu não tavah lá, mas elas estavam... Era um daqueles dias que nem esse, onde Juiz de Fora e adjacências e microrregião (Quer
dizer... Micro é modo dizer porque, segundo um professor colega meu, dizem que chega a 180 municípios...)
Pois eh... Nessa urbe aê que se
acaba de tanto se encher e, de se esvaziar e, pra onde, tudo e todos vêm, e bem no coração dessa cidade do Vale do Paraibuna – o Calçadão! – para consultar, receber e pagar, comprar e vender
e dar e sofrer golpes... E zuretar!!!...
Então... Isso tudo e, mais uma cena semelhante, me lembrou o que num dia como esse aconteceu e ela me contou ...
Eu não tava lá, mas ela tava! E
Ela me contou! Ela?!.. Ah... Uma senhorinha da cabeça
branquinha... Franzininha... Ela morava
no Morro da Glória, acho neh! ... E se chama Vitória, acho neh!...
Pois eh ... Ela
me contou... Sabe naquele lugar onde, naqueles dias úteis ou inúteis, em que o rio de gente do Calçadão deságua no mar de
pessoas da Avenida do Barão e , provoca
uma pororoca e depois inunda o Parque, o
do dr. Halfeld?
─ Sei siiim! Eh daeh?!
Daeh que ... Num dia assi, como esses, ela salvou da morte
certa a mãe e a menina da mãe.
Essas, eu
cá nunca vi, mas sempre conheci... A
mãe, seca e magra, com a castigada pele
negra ressecada e os cabelos crespos despenteados e assustados... A menina,
sequinha e magrinha, com a aveludada pele negra e com as trancinhas crespas bem cuidadas, presas
com tererês coloridos.. Que eu acho lindos...
Não sei você...
Pois eh... Elas vendem coisas no sinal, no ponto de
ônibus, na fila de banco...
─ E daeh?...
Daeh que,
enquanto ela – a senhorinha - me
contava com tantas cores, tantos sons, um filme me passou pelos meus olhos... E eu que não tava lá mas acabei
estando e presenciando... Tudo e com detalhe...
─ Quais detalhes?...
A mãe e a menina tavam
atravessando correndinho a Avenida do Barão, fugindo do rapa do Calçadão... Indo se esconder no Parque, com sua multidão: de cores, de sons, de luzes, de
gentes... Mas o sinal abriu... A mãe atravessou, mas a menina - sei lá porquê - ficou... E a mãe
chamava em vão e, a menina não sabia tomar
a decisão... A senhorinha gritava:
─ Num chama não! Deixa
o sinal fechar!
Mas a mãe não pensava .. Só via o rapa chegar e a sua memina pegar... + a morte que rondava iminente, pois carro, moto e bike de avenida nunca vê a gente!!! Foi então que a senhorinha gritou:
─ Valha me Deus ... Envia os anjos teus!
E Deus enviou... Os
moços do sinal fechado... Os dos
malabares de fogo... Tomaram de assalto, a faixa quente de asfalto... E
fizeram carro frear, moto voltear e coletivo se sacolejar, malabareando a Vida...
No tempo certo da senhorinha abraçar a menina, tão franzininha quanto ela... E atravessar pra a faixa segura do lado de lá... E a devolver sã e salva nos braços da Mãe, que desarvorada, nem sabia como agradecer...
Eu não tava lá mas acabei estando e, abraçando e, sentindo as mãozinhas trêmulas da
menina... E o meu olhar se encontrando com aquelas duas jabuticabas brilhantes...
E um abraço gostoso entre as três, no final da aventura... Eu não tava lá mas, ela tava e me contou...
Então... Naquele 5º dia hipermega útil tanto quanto esse
1º dia do 5º Mês do 2016º Ano da Graça Celestial, a mãe, a menina e a senhorinha se salvaram ...
Foi o que Ela me contou e, depois desceu lá, logo ali, no ponto do coletivo comboio do busão do Morro da
Glória... Dando tchauzinho pra mim, o motorista e o trocador...
─ Tchauzinho, Dona Vitória, mãe de improviso, mensageira do Deus Salvador!
Izabel Cristina Dutra – escrito em JF/MG/ maio/2010 e reescrito em maio/2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário