segunda-feira, 2 de maio de 2016

Maio - mês das mães

Aí... Eh o 1° dia util  do 5° Mês do 2016  Ano da Graça Celestial, não sei mais pra quem e nem porquê...  Uma cena de lascar  me fez lembrar delas...  Eu não tavah lá, mas elas estavam... 

As mães  da menina e, a  menina das mães...



       Eh o 1° dia útil  do 5° Mês do 2016 º Ano da Graça Celestial, não sei mais pra quem e nem porquê... 
     Enquanto eu atravessava  o semáforo,  bem aonde o mar de gente do Calçadão se pororoca com oceano de pessoas da Avenida do Barão, uma cena de lascar   me fez lembrar delas. 
     Foi há cinco anos... Ou menos... Ou mais...  Eu não tavah lá, mas elas estavam...  Era um daqueles dias que nem esse, onde  Juiz de Fora e adjacências e microrregião (Quer dizer... Micro é modo dizer porque, segundo um professor colega meu, dizem  que  chega a  180 municípios...) 
     Pois eh... Nessa urbe aê  que se  acaba de tanto se  encher e, de  se esvaziar e, pra onde,  tudo e todos vêm,  e bem no coração dessa  cidade  do Vale do Paraibuna – o  Calçadão! – para  consultar, receber e pagar, comprar e vender e dar e sofrer golpes... E zuretar!!!... 
      Então...  Isso tudo e, mais uma cena semelhante,  me lembrou  o  que num dia como esse  aconteceu e ela me contou ... 
       Eu não tava lá, mas ela tava! E Ela  me contou!  Ela?!.. Ah... Uma senhorinha da cabeça branquinha... Franzininha...  Ela morava no Morro da Glória, acho neh! ... E se chama Vitória, acho neh!... 
      Pois eh ... Ela me contou... Sabe naquele  lugar onde,  naqueles dias úteis ou inúteis, em que  o rio de gente do Calçadão deságua no mar de pessoas  da Avenida do Barão e , provoca uma pororoca e depois inunda o Parque, o  do dr. Halfeld?
        ─ Sei siiim! Eh daeh?! 
         Daeh que ... Num dia  assi, como esses,  ela salvou da morte certa  a mãe e a menina da mãe. 
       Essas, eu  cá nunca vi, mas sempre conheci... A mãe, seca e magra,  com a castigada pele negra ressecada e os cabelos crespos despenteados e assustados... A menina, sequinha e magrinha, com a aveludada pele negra e  com as trancinhas crespas bem cuidadas, presas com tererês coloridos.. Que eu acho lindos...  Não sei você... 
      Pois eh... Elas vendem coisas no sinal, no ponto de ônibus, na fila de banco... 
       ─ E daeh?...  
      Daeh que,  enquanto ela – a senhorinha -  me contava com tantas cores, tantos sons, um filme me  passou pelos  meus olhos... E eu que não tava lá mas acabei estando e presenciando... Tudo e com detalhe...
        Quais detalhes?...
      A mãe e a menina tavam atravessando correndinho a Avenida do Barão, fugindo do rapa  do Calçadão... Indo  se esconder no Parque, com  sua multidão: de cores, de sons, de luzes, de gentes... Mas o sinal abriu... A mãe atravessou, mas a menina - sei lá porquê -  ficou... E a mãe chamava em vão e, a menina não sabia tomar   a decisão...  A senhorinha gritava: 
     ─ Num chama não! Deixa o sinal fechar! 
      Mas a mãe não pensava .. Só via o rapa chegar e a sua memina pegar... + a  morte que rondava iminente, pois carro, moto e bike de avenida nunca vê a gente!!!  Foi então que a senhorinha gritou:
      ─  Valha me Deus ...  Envia os anjos teus! 
      E Deus enviou... Os moços do sinal fechado... Os dos  malabares de fogo... Tomaram de assalto, a faixa quente de asfalto... E fizeram carro frear, moto voltear e coletivo se sacolejar, malabareando a Vida... 
    No tempo certo da senhorinha abraçar a menina, tão franzininha quanto ela... E  atravessar pra a faixa segura do lado de lá... E a devolver sã e salva nos braços da Mãe, que desarvorada, nem sabia como agradecer... 
      Eu não tava lá mas acabei estando e, abraçando e, sentindo as mãozinhas trêmulas da menina... E o meu olhar se encontrando com aquelas duas jabuticabas brilhantes... E um abraço gostoso entre as três, no final da aventura...  Eu não tava lá mas, ela tava e me contou... 
     Então... Naquele 5º dia hipermega útil tanto quanto esse  1º dia do 5º Mês do 2016º Ano da Graça Celestial, a mãe,  a menina e a senhorinha se salvaram ...  
      Foi o que Ela me contou e,  depois desceu lá, logo ali, no  ponto do coletivo comboio do busão do Morro da Glória... Dando tchauzinho pra mim, o motorista e o trocador... 
      ─ Tchauzinho, Dona  Vitória, mãe de improviso, mensageira do Deus Salvador!


Izabel Cristina Dutra – escrito em JF/MG/  maio/2010 e reescrito em maio/2016.

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