segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um certo dia 2


Aí eu estava lá naquele dia qualquer  de um certo agosto... Houve um tempo que também que  poderia ser mesmo um mês de desgosto ... mas hoje eu creio que ele é sempre a gosto de Deus... Naquela época eu não morava aqui... Eu morava lá mais ao norte do norte dessa cidade... Eu já tinha essa mania de falar com árvores, me atracar a elas ou me encostar nos seus troncos, confessando minhas mágoas e buscando a força das suas raízes...
     Aí naquele dia eu tava lá... Juro que não era só eu... Eu+2 meninos+ 2 árvores... naquele dia 2  ventoso de agosto, que se não era o seu também era o meu dia... Era um dia mau... regalo 0 e desgosto 1000... pra mim+2 meninos +2 árvores... Eu atracada... na minha, eles encostados... na sua... Eu + 2 meninos que não sabíamos o que fazíamos, perdidos tentando nos reafirmar nas 2 árvores tão perdidas e inseguras quanto... na ventania do dia, na ventania da vida!
    Aí eu estava lá naquele dia 2, ventoso, desgostoso e sem razão.. e muito mais sem coração, arrancado do peito, sei lá por qual ventania e, em qual desses dias.Eu+2 meninos+2  árvores... resistindo no vento... desistindo de ser arrastados por uma certa ventania... Mas a gente era  gente, mesmo sendo três...  Sem raízes nos pés,  Deus nos fez e, sem asas, mas essas Ele nos  dá, principalmente quando venta e, a gente tem que sair voando por aí, antes de ser arrancado... Aí naquele dia a gente tava lá... eu + 2 meninos e saímos voando de mãos dadas e não havia vento que as tornassem desgarradas, até encontrar a saída... 
   A gente, mas só a gente foi...  Eu+ 2 meninos porque não podíamos ficar para sempre agarrados nas 2 árvores... que ficaram lá... sozinhas, para sempre até não sei por quantos dias e por quantas ventanias... Pra elas, Deus deu raízes pois asas, forças e razão Ele nos dá pra voar pra longe, juntos ou sozinhos, principalmente nos maus dias ou naquelas ventanias de arrancar o coração.
Izabel Cristina Dutra, reescrito em 02/08/2011.

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