sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

ELES&ELAS...


 Então...Lembra? Janeiro mal começara e já estava acabando. O verão  prosseguia com trilha sonora particular para todos os gostos! E chuva de todo jeito e sem hora pra ir e chegar... Lembra? Foi há dois anos passados... Eu tinha ido fazer mais um exame e quando voltei, o caminhão tava na porta levando a mudança e levando... 
ELE & ELES& ELAS*I 

      Então...Lembra? Janeiro mal começara e já estava acabando. O verão  prosseguia com trilha sonora particular para todos os gostos! E chuva de todo jeito e sem hora pra ir e chegar... Lembra? Foi há dois anos passados... 
     Eu tinha ido fazer mais um exame e quando voltei, o caminhão tava na porta levando a mudança e levando ELE, ELES E ELAS... Quem são?... Os meus ex-vizinhos do 2º andar...  
    ELE? O Minino, um espoletinha de não sei quantos centímetros de peraltices e dois anos  e meio de graças sem fim... ELES? Pai e primos, que também eram irmãos adotivos. ELAS? Mãe e avó materna que cortavam um dobrado com ELE... 
     Eu já os conhecia de longe, antes de morarem aqui, pois eram parentes de uma amiga, avó materna do Minino, que hoje mora longe também – lááá em Toledos, perto de Pouso Alegre. O Minino a chamava de Marcinha... 
    Marcinha agora mora longe daqui, por motivos que qualquer dias desses lhe explico. Lembra? Ah... É mesmo!!! Eu nunca lhe contei esta história, né?... 
     ─  E por que vai contar agora, Dona Cronista?  
     ─  Porque hoje  eu tava lá no coração da cidade, no Calçadão, quente nos dois ferventes e choventes... 
     ─ Ah ... Batendo perninhas, né...Srª Profª Aposentada? 
  ─ Tava sim... Tava indo lá no prédio principal da Prefeitura, levando meu livro de presente pra uns amigos que se tornaram autoridades no município... 
    ─ Ahn... Fazendo contatos com a nave-mãe?!... 
    Então, Prezados Outros(as) Leitores(as),hoje eu tava lá no Calçadão, o coração desta cidade que não sossega mais... E vi um Minino... Que nem aquele e, mais com toda a espoletice e peraltice da criaturinha... Me deu saudade do Minino, que agora mora em Campinas, pra onde o pai foi transferido, pela montadora, onde trabalhava... 
    Eles todos vieram morar, no prédio aonde moro até hoje, há  uns 3 invernos  atrás... Eu ainda estava no 3º andar e fiquei sabendo que ELE, ELES e ELAS tinham chegado pelo tuque-tuque, do ritual antes de dormir de criancinha, que começara a andar a pouco – uma corridinha pela casa toda – antes  da mãe conseguir pegá-lo e, colocá-lo na cama à força. E inda, com direito à reprimenda de vó, porque os vizinhos queriam dormir. 
    A gente mal se via... Mas quando a Marcinha vinha visitá-los, ela me visitava também e ELE vinha com ela... Aí ELE aprontava todas ... Mexia em tudo e queria pegar as florzinhas da minha violeta, ler todos os meus livros... E olha que mais 100, viu?
    Aí a gente começou uma amizadinha, que só quando ele se foi, eu entendi e percebi o que era afinal ... Falando em amizade e em visita, vou atender uma amiga que veio me pedir uma revisão de texto... Já volto... 
    ─ E volto meeesmuh!!

Então... Lembra?! Janeiro já vai avançando! Verão quente e chovente, aqui no Vale do Paraibuna e, em pleno Calçadão, o coração desta cidade-vale que não sossega mais, um outro Minino me fez lembrar...

ELE & ELES& ELAS*II 

     Então... Lembra?! Janeiro já vai avançando! Verão quente e chovente, aqui no Vale do Paraibuna e, em pleno Calçadão, o coração desta cidade-vale que não sossega mais, um outro minino me fez lembrar ... ELE e ELES e ELAS, que moravam aqui, em cima, no 2º andar, no prédio aonde eu  ainda moro... ELE? O Minino...
     ─ Em cima?... Mas a Srª Dona Cronista não morava no 3º andar?... Então? Em baixo, né?!  
     Prezados(as) Outros(as) Leitores(as), como eu estava dizendo... Eu me lembrei do Minino, que  morava em cima, no segundo andar, sim!... Porque eu ainda não contei, mas vou contar agora que, eu mudei pro térreo, dada a minha dificuldade em subir escadas. Quando vagou o apartamento 01, o meu senhorio me ofereceu e eu aceitei mudar pra cá ... Aí, toda noite, eu ouvia  mais forte o tuque-tuque do Minino, no seu ritual noturno! 
    Aí aconteceu uma coisa engraçada, a amizadinha iniciada tomou rumos inesperados, pois o espoletinha, toda vez, que vinha da rua, com ELES ou ELAS, queria tocar a campainha pra falar comigo... 
    E aí, veio a temporada de chuva... Não chuva de verão nem de nenhuma estação... Chuva de gostosuras e bobices***, no  quintalzinho, onde estendo a roupa pra secar... Era um super-homem voando mais alto e alééem!... Uma girafinha de pelúcia que bailava no ar e, se estabacava bem na minha janela... Um cubinho de montar e desmontar...Papéisinhos coloridos picadinhos... Pirulito e doce de amendoim... E já viu, né?...  Eu estava sempre devolvendo sacolinhas cheias de surpresinhas.... E lá vinha  pedidos de desculpas de toda a parentela a cada regalo defenestrado**...  Cabe dizer que se havia regalos que iam e voltavam, mais que menino espoletinha, fora do colo da mãe...
     Foi na semana, em  que eles mudaram, é que se esclareceram os fatos... E, oh dó!!!... Que enfim entendi o gesto amoroso do meu vizinhozinho de cima. 
    Nos dias em que eles estavam arrumando a mudança, choveu e muito... Moedas de 0,10, de 0,25 centarrhuuus*¹ e até de 1,00 real!!! 
     Numa das vezes que fui devolver as moedinhas, ele abriu a porta e aí, eu brinquei: 
    ─ Ah! Minino! Agora que vou começar a ficar rica, você vai mudar?! 
     A reação dele foi correr e chorar... A gente grande riu, mas ele chorou... Mas mal eu pus o pé dentro de casa, voou um livrinho de bolso, em quadrinhos - O Menino Maluquinho*²...  O primo veio buscar e levou... 
    Mas de novo, o Livrinho veio girando, girando e caiu quase doutro lado do muro do vizinho, mas eu consegui resgatá-lo... Bem na hora em que ouvi Minino gritar  bem forte: 
     ─ Não vai pegá nãuuum! Eu di pra elaaaah!!! 
   Queridos(as) Leitores(as), foi então que abri os olhos do coração... Todos aqueles mimos lançados pela janela eram pra mim. Presentes caídos do céu, já que lhe impediam de entregar, em mãos!!! 
    Então, tomei a decisão: que viesse toda a família, toda a tropa, mas eu não devolveria o Livrinho!!! Só em mãos próprias, quando o meu personal Minino maluquinho, vier passear aqui... 
    E aí eu vou emprestar o Livrinho pra ele, pra sempre... ELE já deverá estar lendo, pois Marcinha me contou, em sua última visita, que está cada vez mais espoletinha e já tá adivinhando as letrinhas... 
     Aliás, ela me contou tanta coisa do Minino!... Mas isso eu conto outro dia, porque agora eu vou ver o último capítulo da série sobre Gonzagão e Gonzaguinha*³... Está muito boa!!! Comovente! O cenário, os atores, a tri... 
     ─ Mas a dona aí não já conhece o final? Eles já morr... 
     ─ Prezados(as) Outros(as) Leitores(as)... Fuuuiiii

                       ELE & ELES& ELAS*III

        Então... Lembra?! Janeiro já ia avançando! Verão quente e chovente, aqui no Vale do Paraibuna e, em pleno Calçadão, o coração desta cidade-vale que não sossega mais, um outro minino me fez lembrar ... ELE e ELES e ELAS, que moravam aqui, em cima, no 2º andar, no prédio aonde eu  ainda moro... ELE? O Minino...
        ─  Hei, Dona Cronista... A Srª vai contar tudo de novo? E olha... Não é por nadanão... Mas nós já estamos em julho e tá frio pra...
       ... Então... Outros(as) Caros(as) Leitores (as)...  2013 já vai avançando! Ora quente, ora chovente, ora fervente e ora frio pra catende** E é claro que estamos em julho!  E aqui no Vale do Paraibuna, já passou  um certo  veranico e agora, a sensação é de não sei quantos graus abaixo de não se de quê... E mais esta neblininha fininha e friiinha mermo!... 
       É.... Mais nem isso sossegou o coração dessa cidade... Ora encantada pelos  acordes do nosso festival favorito* - violinos, violas, pianos e tudo que faz a boa e e velha e, cada vez mais melhor música brasileira e universal*³!  Ora assustada pelo desatino dos que se esbarram, se matam e se morrem...Ora...
     ─  Ora, Dona Cronista... A Srª ia falar do Minino... Lembra?!
     Ah! Sim! Julho também é tempo de mininos e mininas brincando na Praça, que parece enfim retomada pela população aqui no Monte Castelo, após aquela tarde de Praça Viva*³...
     ─  Hei, Dona Cronista... Pssiu... A Srª ia falar do outro Minino...Lembra?!
      Ah! Então... Junto com  as férias, com a música, com o frio, veio também a Marcinha, que agora mora em Toledos... Laáá  perto de Pouso Alegre... Lembra  a avó do Minino...  Aquele meu personal-menino maluquinho*²... Sim... Aquele que atirava gostosuras e bobices!*** , de sua janela para o meu quintal 
     Marcinha veio e leu comigo o que havia escrito sobre a minha grande descoberta sobre os mimos que eram pra mim  e eu nem sabia... Aí falei do livrinho que está guardado para emprestar para sempre,para ele quando estiver lendo. 
     Aí...Marcinha disparou falar do Minino: que o Minino tava grande, tava mais falante ainda, mais espuleta ainda e, cada dia com uma novidade... E sabem da última?...Quer dizer a penúltima? O Minino quer ser Artista...
     Ah... Minino, meu maluquinho preferido... Vc. já é artista:  praticante exímio da arte de amar e se fazer amado... Marcinha que o diga... E os(as) vizinhos(as) também...
     ─  Hei, Dona Cronista... Pssiu... E esse Minino também cantava?
     Mas é claro que esse Minino cantava e encantava... Todos as mininos, todas as mininas e outros(as) nem tanto mininos(as) assim ... Todos cantavam ou ainda cantam aqui, in  Rua Branca Mascarenhas in Monte Castelo...
     ─  Hei, Dona Cronista...  Tão cantando com esse friozinho e essa neblinazinha? 
     ─  Tão!... E a gente não ia cantar logo no mês da música colonial brasileiras e todas as outras, in JF?...   E inda mais que quem canta, seus males espanta*... Até mesmo esse frio quase polar... E aí... Já viu...Tamos cantando e  até assoviando...
      Caros Leitores(as) e Ouvintes: Mesmo que esse frio e esse inverno totalmente in, aqui in Rua Branca Mascarenhas in Monte Castelo, a gente tá cantando muito... 
     Ana Clara - de voz  clara e rara,a  caçulinha do prédio  - cantou com voz tremendinha mas cantou, hoje... Daniel - o que canta no banheiro onde cantava Robert  - cantou pequenas composições de próprio cunho, que a     gente custa entender, mas cantou... Sr. Américo - o vizinho  da esquerda, de quem vou lhes falar um dia -  entoou com voz trêmula uma valsa, mas cantou... Bil -  ou a D.Suely, minha senhoria - cantou com voz tímida ensaiando um solo de contralto, mas cantou... E até o Sr. Alice - o meu senhorio, que não é chegado a cantoria - assoviou uma antiga canção de amor... 
     ─  Hei, Dona Cronista...  E a Srª não tá cantando mais naum?...
      Mas é claro que tô cantando... Num tá ouvindo?.. E tô fazendo um lindo coro com uma linda voz, que o vento e chuvinha fria me trouxeram da rua de trás:  a do meu vizinho, o ex-Belo Adormecido, que agora tá bem acordado, tocando sua guitarra e louvando o Senhor, como os anjos:
     ─ ... O meu maior prazer é estar em tua preseeençah...... Prostado aos teus pés...... Te adoraaar, Jesus... ...Senhor da minha vidaaah...... Eu ouço a tua voooz......Eu sinto o teu mover aquiii...... ...Quero mais de ti, Senhor...... Do teu Poder e tua Unção...... Eu ergo a minha voz e clamooooh......... Derrama Tua Glóóóóriah....... Derrama  tua Sheknaaaah, Seenhooor....... Inunda o meu seeer... ...Com os rios deste Amooooor... ....Derrama... ...♪¹
    ─  Hei, Dona Cronista... Psssiu....  A Srª não vai acabar de falar do Minino... Hei...
    ─ Derrama Tua Glóóóóriah....... Derrama  tua Sheknaaaah, Seenhooor....... Inunda o meu seeer... ...Com os rios deste Amooooor... ....Derramaaah... ♪ Inundaaaah... Vem com tua Glóriaaah, Meu Senhoooor!....♪¹
    ─  Hei, Donaaah..... Tiaaah..... Izabeeel... Hi... Gente... Pra que fui falar em cantoria? Melhor ir dormir que essa aí ficar aí cantando (com  aquele outro lá longe)  até que espantar não sei o quê...
   ─ ... O meu maior prazer é estar em tua preseeençah...... Prostado aos teus pés...... Te adoraaar, Jesus... ...Senhor da minha vidaaah...♪.... Boa noite, caros(as)....Te adoraaar, Jesus... ...Senhor da minha vidaaah...

*- ver outras crônicas, com título semelhante no mesmo blog; 
** - defenestrar – licença idiomática – vem da palavra fenêtre e do  neologismo francês – défenestrer ( atirar pela janela ou lançar fora); catende - expressão nordestina que significa demais;
*** - referência a livro "Literatura infantil – gostosuras e bobices", de Fanny Abramovich, pedagoga e escritora de literatura infantil brasileira;
*¹-  Referência a bordão da personagem Valéria, de Rodrigo Sant’Anna, do programa  Zorra Total – Rede Globo; 
*²O Menino Maluquinho, personagem e livro de literatura infantil do escritor e cartunista mineiro Ziraldo;
*³ - referência à minissérie “Gonzaga, de pai pra filho”, exibida entre os dias 15 e 18 de janeiro, na TV Integração – Rede Globo, sobre a vida de Luiz Gonzaga do Nascimento – o Rei do Baião (1912/1989), e  Luís Gonzaga do Nascimento Júnior – o Gonzaguinha (1945/1991), seu filho – ambos intérpretes e músicos da música popular brasileira; referência ao 24º Festival de Música Colonial Brasileira e Música Antiga( realizado pelo Pró-Música e pela UFJF, todos os anos em julho);
 ♪¹ - versos da canção " O meu maior prazer" - na interpretação  do Ministério Ágape e Fernandinho, banda e cantor gospel brasileiros;
 Izabel Cristina Dutra, produzido em JF/MG - no dia 18/01/2013 e rescrito em 25/07/2013.